Ontem eu fiquei muito chateado. Em um fórum de tecnologia (no qual participo muito ativamente) acabei magoando uma pessoa – quando o que eu queria era justamente o oposto: era ajudá-la. Isso me abalou e eu resolvi me debruçar sobre o ocorrido. Conversei com essa pessoa e, agora, está tudo bem. Mas resolvi puxar o assunto com mais gente no Twitter:

Foi bem legal ter postado isso. Muitas pessoas se identificaram com a história – seja gente que disse que também sente dificuldade para se expressar quando vai perguntar algo em público, seja gente que sente dificuldade para entender a dúvida de outra pessoa.

Para quem quer se expressar melhor

Recebi algumas dicas de coisas que eu poderia recomendar ao meu interlocutor. Acho que não era bem esse o ponto, pois isso me tira do problema – no fundo eu queria formas de melhorar a interação, e não só dar uma lição de casa para a outra pessoa. Mas de qualquer forma, foram essas as respostas nessa pegada:

Para começar, ler muito. Ler e, depois, tentar reescrever com suas próprias palavras.

Recomendaram também alguns livros: especificamente a gramática de Douglas Tufano, e A Arte de Escrever do Schoppenhauer. Não conheço nenhum dos dois livro, mas fiquei curioso para ler!

Especificamente para a parte mais técnica, também sugeriram bons materiais do StackOverflor (em português um bem simples, mas em inglês um bem completo!) e um post, também em inglês, sobre como fazer a pergunta perfeita.

Achei essas dicas são bem legais. Vão de coisas pragmáticas como escrever o título ou assunto da mensagem por último, e, claro, reler com atenção a ortografia, pontuação, e gramática. No post do blog achei legal que ele propõe que quem pergunta comece o texto com um resumo que deixe bem claro qual o ponto principal da mensagem – um resumo executivo! Além disso ele reforça a importância do texto estar gramaticalmente organizado, bem como visualmente organizado (faça o código parecer código, diz ele).

Para quem quer interagir melhor

Além dessas dicas, recebi outras mensagens preciosas: recomendações focadas na comunicação como interação. Era o que eu realmente queria.

A ideia de delegar ao outro toda a responsabilidade de se expressar bem não me parece concebível em um ambiente onde o conhecimento técnico varia muito: um novato pode ter dificuldade de entender até os conceitos mais básicos, e isso vai impedir que ele se expresse bem – mesmo em um texto que gramática, visual e estruturalmente é perfeito. Então se é um valor para mim compartilhar o que sei, posso também ajudar os outros a interagir melhor nesse meio.

O Irio me puxou a orelha: me recomendou um livro que já tinham me recomendado há anos, mas que eu nunca parei para ler:

Sei um pouco sobre comunicação não-violenta, mas nunca parei para estudar mais programaticamente. Nem ler um livro sobre o assunto, de cabo a rabo, eu li. Falha minha.

O Cassiano disse que na Creditas eles tem um hábito muito legal:

Fiquei com vontade de ser uma mosquinha para participar de alguns desses eventos! Acho importantíssimo que os encontros das comunidades de tecnologia falem (também!) sobre comunicação e empatia na área. Acho que isso anda lado a lado com iniciativas de inclusão, diversidade e de ter tecnologia como parte da educação básica de um país. E digo isso pois atritos na comunicação fazem a comunidade parecer mais hostil. De forma geral, isso tende a repelir novas pessoas – ao invés de acolhe-las.

Por fim, a Carolina me deu uma aula com dicas bem mão na massa!

Aprendi muito com esses tuítes. Adicionaram uns ítems na eterna lista de livros que quero ler, mas essencialmente me deram boas referências no curto prazo! Muito obrigado a todos vocês : )